Cerca de 10% dos brasileiros sofrem com alguma disfunção da tireoide. Os problemas podem aparecer em qualquer idade e atingem principalmente as mulheres.
Você provavelmente já ouviu alguém relacionar alterações de peso a problemas na tireoide. Mas a função desta glândula vai muito além de regular os ponteiros da balança. É isso que você vai entender aqui:
Onde fica e qual é a função da tireoide?
Como descobrir se tenho alguma disfunção na tireoide?
Quais são as principais doenças ligadas a alterações na tireoide?
Qual o cardápio mais indicado?
Dicas para lidar de maneira saudável com a condição
Onde fica e qual é a função da tireoide?
A tireoide fica localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo do chamado pomo de adão. É dali que a pequena glândula, com formato de borboleta e peso de até 25 gramas em adultos, controla todo o metabolismo do corpo.
Ela faz isso a partir da produção de dois hormônios: T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Responsáveis por regular o gasto energético e a temperatura corporal, esses hormônios atuam nas funções do fígado, rins, coração e cérebro, interferindo diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças, peso, humor, memória, ciclo menstrual e fertilidade.
Tanto o excesso desses hormônios (hipertireoidismo) quanto a falta deles (hipotireoidismo) causam problemas no organismo, como veremos a seguir.
Como descobrir se possuo alguma disfunção na tireoide?
Normalmente, as disfunções na tireoide são associadas a alterações de peso. Porém, relacioná-la com obesidade é um mito. Segundo o Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), essas alterações são pequenas, não afetando mais que 10% do peso total.
Além da alteração discreta no peso, outros sintomas podem servir de alerta: cansaço, desânimo, diminuição da memória, menstruação desregulada, alterações do sono e na temperatura corporal, pele seca, inchaço, obstipação (prisão de ventre), dificuldade de concentração, depressão e variação de humor podem ser sinais de disfunção na glândula.
Os problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, da infância à terceira idade. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o problema na tireoide é mais comum em mulheres: 9 em cada 10 casos.
Ao perceber algum desses sintomas, a recomendação é procurar um médico endocrinologista, que solicitará a dosagem de TSH e outros exames para confirmar ou não o diagnóstico e indicar o tratamento apropriado.
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Principais doenças ligadas a alterações na tireoide
Hipertireoidismo – é causado por excesso dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Essa sobrecarga hormonal pode provocar emagrecimento, intestino solto, aceleração do coração, agitação, quadros de ansiedade, nervosismo, insônia e intolerância ao calor.
Hipotireoidismo – ocorre quando acontece uma queda na produção dos hormônios T3 e T4. Na infância, pode ser detectado ainda no teste do pezinho, nos primeiros dias de vida. Sintomas comuns de carência hormonal: diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, leve ganho de peso, constipação, alteração no ciclo menstrual e até mudanças de humor e depressão.
Aumento nos níveis de colesterol, insuficiência cardíaca, pele ressecada e dificuldade na filtragem dos rins também estão ligados ao problema.
Tireoidite de Hashimoto – é uma doença autoimune na qual os anticorpos produzidos pelo organismo acabam atacando as células tireoidianas e as destruindo. Ela é a causa mais frequente do hipotireoidismo (que é diminuição dos hormônios).
Nódulo na Tireoide – um nódulo de tireoide pode ser uma massa de tecido que cresceu ou um cisto cheio de líquido que se forma na glândula. Eles são muito comuns e as chances de desenvolvê-los aumenta à medida que envelhecemos. Apesar de a presença de nódulos na tireoide ser comum, o câncer é mais raro.
A estimativa é que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Mas apenas 5% são cancerosos.
Por fim, um alerta importante: não se deve consumir hormônios tireoidianos sem prescrição visando apenas o emagrecimento. Ele pode causar perda de massa muscular e óssea e complicações cardíacas sérias. Para informações sobre o tratamento apropriado, procure sempre um médico.
Qual o cardápio mais indicado?
Apesar de grande parte dos casos de disfunção da tireoide derivarem de condições genéticas, a alimentação é uma grande aliada se realizada da maneira correta.
Um cardápio equilibrado auxilia no desempenho dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), fundamentais para o funcionamento das células do corpo, que são produzidos pela glândula endócrina, situada próxima à garganta. A principal matéria-prima para a formação destes hormônios é o iodo.
Por isso, é interessante incluir na sua alimentação:
- Sal iodado ou marinho
O iodo é um componente essencial para o desempenho correto da tireoide e a recomendação diária indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5 gramas.
- Peixes de água salgada, mariscos e algas
Essas opções são ótimas fontes de nutrientes, por serem alimentos ricos em iodo, sendo bastante indicados também para dietas com restrição de sal. Contudo, opte por doses equilibradas: o excesso de iodo pode causar hipertireoidismo.
- Castanhas
O selênio, presente nas castanhas, auxilia na produção de TSH (hormônio tireoestimulante), que é responsável por estimular a produção dos hormônios T3 e T4 pela tireoide. A deficiência deste nutriente também aumenta o risco de Tireoidite de Hashimoto.
A quantidade diária ideal para o consumo é equivalente a um punhado raso de castanhas.
Agora, citaremos alguns alimentos que você deve evitar:
- Soja
Se consumido em excesso pode trazer desvantagens ao funcionamento da tireoide, por ser um alimento considerado bociogênico. É saudável alimentar-se do grão, mas em quantidades excessivas a soja pode causar danos à glândula, diminuindo a produção de hormônios e levando a um estado de hipotireoidismo.
- Vegetais crucíferos
Vegetais como couve, brócolis, couve-de-bruxelas e couve-flor consumidas de forma crua em excesso podem resultar em uma redução da captação de iodo pela glândula tireoide. A consequência disso é um déficit na síntese hormonal, levando, inclusive, a outras disfunções na glândula.
- Sal rosa
O sal rosa não é tão bom quanto a fama que tem. Por não conter iodo em sua composição, possui praticamente a mesma quantidade de sódio que o sal de cozinha. Por isso, prefira o sal iodado ou sal marinho.
Dicas para lidar de maneira saudável com a condição!
Separamos algumas dicas para te ajudar a lidar melhor com problemas na tireoide:
Com acompanhamento médico, realize exames de sangue regulares, principalmente se estiver em período gestacional
O ultrassom possui como foco a identificação de nódulos e as amostras de sangue trazem a possibilidade de diagnósticos mais precisos.
Torne a alimentação uma aliada
Alterações de peso e humor causadas pela glândula podem ser resolvidas através de uma alimentação equilibrada, por isso, siga sempre um cardápio adequado à sua condição para manter a saúde corporal e mental em dia!
Teste do pezinho
As disfunções na tireoide podem ter causas genéticas, logo, é importante realizar o teste do pezinho entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê, para detectar se existe a presença de algum problema ou não.
Via: Unimed do Brasil | Texto: Agência Babushka | Fonte: Blog do Ministério da Saúde, SBEM, Uol